Sinéquias vulvares também são conhecidas como aderências de
pequenos lábios e caracterizam-se pela fusão parcial ou total dos lábios
internos da vulva por meio de uma membrana fibrosa. É um problema relativamente
comum nas meninas, com pico de incidência entre os dois meses e os dois anos de
idade.
Acredita-se que esse problema seja causado pelos baixos
níveis hormonais naturais da infância, que fazem com que o revestimento dos
tecidos da vulva da criança seja mais suscetível a processos inflamatórios
crônicos, os quais lesionam o epitélio das mucosas dos lábios internos e
favorecem que estes cicatrizem de forma inadequada, com a formação de membranas
fibrosas (ou sinéquias).
O diagnóstico é realizado
por meio do exame direto da genitália, sem necessidade de nenhum outro exame
adicional.
O tratamento vai depender da intensidade e gravidade dos
sintomas. Pacientes assintomáticas podem ficar sem tratamento, uma vez que em
até 80% dos casos as sinéquias vulvares se resolvem espontaneamente com o
aumento dos níveis hormonais da adolescência. Já os casos sintomáticos podem
ser tratados com cremes a base de hormônios ou corticoides, enquanto um pequeno
número de casos resistentes ao tratamento clínico ou com aderências muito espessas
possam necessitar de tratamento cirúrgico. A separação manual das sinéquias tem
alto risco de recorrência e de espessamento das aderências. Casos que evoluam
com infecção podem precisar de antibióticos.
Devem ser orientados cuidados de higiene para evitar a
recorrência do problema. Troca de fraldas sempre que necessário para evitar
inflamações por atrito ou pelo acúmulo de urina e atenção a processos alérgicos
a produtos habitualmente utilizados para a limpeza e tratamento precoce de
inflamações são recomendáveis.
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