domingo, 30 de julho de 2017

O SISTEMA DE DEFESA DA CRIANÇA APÓS O PRIMEIRO ANO DE VIDA

Do nascimento até próximo dos 2 anos a criança tem na cavidade bucal sua maior fonte de prazer. Nesse período de grande importância para o desenvolvimento infantil a criança descobre o mundo colocando tudo o que vê na boca. Contudo, junto com o aprendizado, uma grande quantidade de patógenos também é levada para o corpo.
O amadurecimento do sistema imunológico ocorre na infância e é influenciado por diversos fatores como a genética, o meio ambiente e a alimentação. O consumo adequado de vitaminas e minerais específicos para cada fase da criança é fundamental para que esse processo ocorra adequadamente.
O consumo adequado de imunonutrientes fortalece o sistema imunológico
Os nutrientes mais importantes para a adequada formação e manutenção do sistema imunológico são as vitaminas A, C e E, além dos minerais selênio, ferro e zinco.
A vitamina A atua na imunidade contra os corpos estranhos e pode auxiliar a controlar a infecção por bactérias, enquanto a vitamina E otimiza a resposta imune e reduz a ação dos radicais livres na membrana das células de defesa.
A vitamina C participa do processo de ativação e sobrevivência das células do sistema imune. Diferentemente do conhecimento popular, essa vitamina atua no fortalecimento do sistema imunológico, porém não há nenhuma evidência científica consistente que justifique o consumo de vitamina C para a cura de gripes e resfriados.
O selênio é um mineral que aumenta a resistência do sistema imunológico. Dentre suas diversas funções, aumenta a proliferação das células de defesa, melhora a capacidade do organismo de neutralizar os vírus e bactérias e tem ação antioxidante.
O zinco é essencial para o funcionamento de algumas enzimas que aceleram o sistema imune e o ferro atua na proteção contra microrganismos por meio da resposta adaptativa e inata.
Importância do aleitamento materno e dos alimentos fortificados
Já é consenso que o aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida e a manutenção da amamentação de forma complementar até os dois anos de idade ou mais é de extrema importância para a saúde da criança, conforme as recomendações da Organização Mundial da Saúde, do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pediatria.
O prolongamento do aleitamento materno traz benefício adicional no final do primeiro e segundo anos de vida, uma vez que há contínua oferta de imunonutrientes e prebióticos, nutrientes que estimulam a microbiota intestinal e, por consequência, melhoram a imunidade.
Comumente, crianças desmamadas começam a consumir leite de vaca in natura a partir do primeiro ano de vida completo, quando o organismo já está preparado para receber esse alimento. Contudo, apesar de rico em cálcio, o leite de vaca in natura contém baixo teor de ferro e outros imunonutrientes.
Tem sido bastante discutido na literatura científica a relação entre o consumo de leite de vaca in natura em crianças menores de 5 anos e a alta prevalência de anemia por falta de ferro (anemia ferropriva). Alguns autores tem recomendado o consumo de leite modificado enriquecido com ferro para reduzir as chances de desenvolver essa doença tão comum na infância. Em crianças, a anemia ferropriva pode afetar o crescimento, a aprendizagem e aumentar a predisposição a infecções.
Para crianças que não são amamentadas e com idade superior a 1 ano, postergar o consumo de leite de vaca in natura e introduzir leite modificado e fortificado com imunonutrientes também é uma boa alternativa para facilitar o amadurecimento do sistema imune da criança.


segunda-feira, 24 de julho de 2017

ANOREXIA E BULIMIA

 A anorexia e a bulimia são distúrbios alimentares dos quais o número de casos vem aumentando especialmente em adolescentes do sexo feminino e com boa condição socioeconômica e cultural.
Anorexia: é uma doença em que a garota se enxerga muito acima do peso e a ingestão alimentar reduz drasticamente.
A recusa é voluntária e na fase inicial da doença, não ocorre uma perda real do apetite. Mais tarde o organismo pode acostumar-se com a pouca alimentação e a pessoa pode chegar até a inanição.
O anoréxico pode morrer em estado de desnutrição. Desidratados, os pacientes sofrem perda de eletrólitos, principalmente potássio, fundamental para o funcionamento muscular e cardíaco.
Bulimia: é quando existe uma compulsão alimentar em que se come acima do que deveria e, em seguida, uma forma forçada de eliminar o que foi consumido através do vômito, laxantes, diuréticos e outros medicamentos.
Normalmente a pessoa bulímica come sozinha e escondida, não se importando com o sabor da comida ou sua combinação. Após o episódio compulsivo, sente-se culpada e com certo mal estar físico em razão da quantidade excessiva de alimentos ingeridos, ocorrendo-lhe a ideia de induzir o vômito para não engordar. Este comportamento lhe traz satisfação e alívio momentâneos e assim ela pensa em ter descoberto a forma ideal de manter o peso sem restringir os alimentos que considera proibidos.
O bulímico pode morrer devido aos métodos purgativos há pacientes que chegam a vomitar 15 ou 20 vezes por dia que estimulam a desidratação e perda de eletrólitos.

Quais são os sintomas?

- Baixo peso
- Interrupção da menstruação
- IMC abaixo de 15 em crianças e adolescentes
- abuso de prática de exercícios físicos
- prisão de ventre e depressão.

Quais são as causas que motivam a anorexia e a bulimia?

- Genética: se a mãe já passou por algum transtorno alimentar, é comum que a filha possa ter.
- Cultural: influência do ideal de beleza de modelos magras que é divulgado pela mídia.
- Hormonal: é comum que na adolescência que as garotas não se aceitem como são. Então, para ser bem aceita na escola, entre amigos e o namorado, acaba "aderindo" ao transtorno, na tentativa de emagrecer.
- Elementos psicológicos: pode acontecer quando a garota passa por problemas pessoais, como separação dos pais, bullying e abuso sexual.

Como interferir?

O tratamento se dá com ou sem internação e utiliza de equipe multiprofissional com intervenções medicamentosas, psicológicas e nutricionais.
Ambas são doenças crônicas, de difícil controle. É necessário o acompanhamento a longo prazo, e as recaídas são frequentes.
O diagnóstico e o tratamento precoce podem fazer toda a diferença entre o fracasso e o sucesso terapêutico.

domingo, 23 de julho de 2017

DENTES DE LEITE MERECEM TODO CUIDADO!!

Existe e é comum a concepção que os dentes de leite, por serem temporários, não precisam de cuidados e tratamento. Eles são realmente temporários, porém nem por isso devem ser descuidados.
Os dentes de leite são 20 ao todo. Primeiramente os dentes anteriores começam a nascer dos 6 aos 12 meses e entre os 18 aos 36 meses nascem os posteriores e os caninos. São dentes importantes porque permite a estética, a correta mastigação, deglutição e ajudam na fala também. Além disso, funcionam como guia para a erupção dos permanentes, mantendo a posição e o espaço adequado e a perda prematura pode ocasionar sérios problemas ortodônticos.
São dentes que possuem a mesma estrutura dos dentes permanentes, ou seja, possuem esmalte, dentina, raiz e canal. Como na troca pelos permanentes há a reabsorção da raiz, muitos pais acham o dente não dói e conseqüentemente não há necessidade de tratamento.
É justamente o oposto, os dentes de leite são suscetíveis a cárie, essa sendo profunda, ocasiona dor e pode ser até necessário o tratamento de canal, para assim preservar o dente e suas funções.
Um problema muito comum é a cárie de mamadeira. Ela ocorre quando há um excesso de açúcar na alimentação ou mesmo quando a criança dorme logo após mamar, sem fazer a higiene bucal.
Para prevenir a criança nunca deve dormir sem fazer a higiene oral. É difícil, mas necessário, já que durante o sono o fluxo salivar diminui e conseqüentemente aumenta o risco do desenvolvimento da cárie.
As crianças também precisam de flúor para um desenvolvimento dental saudável e muitas cidades já adicionam flúor na água

Se a criança necessitar de uma complementação, o pediatra ou o dentista podem orientar a melhor forma de introduzi-lo.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

NÃO É HORA DE BATON! É HORA DE BRINCAR!!

A infância é um período fundamental para o desenvolvimento de um indivíduo, porque é a fase em que ele desperta seus sentidos, suas capacidades, sua imaginação e também seus processos cognitivos.

Entretanto, o que se percebe, hoje em dia, é que esse período está sendo cada vez mais acelerado. 
As crianças acabam pulando partes importantes dessa fase da vida e dão espaço a uma mentalidade adulta, que começa, muitas vezes, com o uso de roupas nada infantis, sapatos de salto alto, cosméticos e também acessórios, ações que podem parecer normais.

"A criança precisa de um tempo para brincar, criar, usar a imaginação. Quando ela se sente pressionada a agir e a se comportar como gente grande, os adultos estão, de alguma forma, acabando com essa infância mais cedo", alertou a psicoterapeuta familiar Olga Inês Tessari.

Ela ainda advertiu que, "com essas cobranças todas, [do tipo] 'meu filho precisa crescer logo, porque ele precisa entrar no mercado de trabalho, estudar e se aprimorar', os pais acabam se esquecendo da parte mais importante do desenvolvimento da criança, que é [...] permitir que essa criança brinque, interaja e se suje".

CRIANÇAS COM CABEÇA (E CORPO) DE ADULTO?
Mas não é apenas a falta do brincar que prejudica o desenvolvimento das crianças. A exposição dos pequenos a conteúdos inapropriados para sua faixa etária pode criar o que é chamado de erotização infantil. Parece óbvio dizer isso, nós sabemos, mas crianças não são adultos. Não ainda. Por isso, os pais devem ficar atentos com o que os filhos estão ouvindo e assistindo frequentemente.

De acordo com a pedagoga Suelí Periotto, doutoranda em Educação pela PUC-SP, "não convém que nossas crianças e jovens fiquem expostos a algumas programações que apelam mesmo, envolvem-se em uma erotização precoce. A questão midiática e das redes sociais é muito forte, por isso, todo o nosso cuidado é sempre pouco".

A supervisora da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico, criadas pelo educador Paiva Netto, ressalta ainda que a atenção precisa ser sempre redobrada, visto que pode acontecer de esse comportamento ser incentivado dentro de casa. Ela exemplifica que, "quando damos aos nossos filhos ou nossas filhas uma roupa que não é compatível com a sua idade ou transformamos nossos pequenos em miniaturas de adultos, e eles começam a comportar-se também de maneira inadequada.
É claro que é um desafio direcionarmos nossos meninos e meninas, sempre com equilíbrio diante de tantas situações, mas [...], se temos na nossa responsabilidade crianças e jovens, é porque [...] fomos julgados competentes para direcioná-los".

ALTERNATIVA DE QUALIDADE PARA AS CRIANÇAS
Quer que seus filhos, sobrinhos e netos cresçam aprendendo conteúdos que farão bem para o seu desenvolvimento pleno... Volte ao tempo de brincadeiras saudáveis e de uma infância feliz.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

SEPARAÇÃO DOS PAIS! COMO FALAR OU LIDAR??

Até pouco tempo, as crianças apresentavam os medos comuns da infância: medo do escuro, de barulho, de certos animais... 
Hoje, devido ao enorme números de separações, o medo da maioria das crianças está diante do dia em que os pais irão se separar. Parece que existe um script: As pessoas se casam, têm filhos e se separam.
As crianças sabem de tudo o que acontece em casa. Por isso, sou partidário de uma conversa franca em que as fantasias das crianças possam ser esclarecidas e os seus medos possam ser atenuados. Se a sua criança já percebeu que os pais vão se separar, não negue a sua percepção e nem minta para ela.
Explique para o seu filho que vocês andam discutindo muito e que será melhor para todos se mamãe e papai morarem em casas diferentes. Garanta a sua criança que  ela não é a responsável pelas suas discussões. Os filhos se sentem muito culpados pela separação dos pais. 
Tenha o cuidado de lhe dizer que vocês se separarão, mas que continuarão sendo pais dela a vida inteira. Recomendo que esse “papo”seja feito com casal e filhos, assim todas as perguntas e respostas poderão ser feitas às claras.
O que prejudica a criança não é a separação em si, mas a forma como esse casal vive e ou se separa. As conversas devem ser olho no olho e com todos os envolvidos presentes, pois sei que certos casais vivem e se separam como cães e gatos, praticando o CRIME de ALIENAÇÃO PARENTAL.
O maior cuidado que se deve tomar, é o de não destruir a imagem do pai ou da mãe. Ninguém se separa sem dor. A família toda sofre esse luto e é preciso encarar a dor com coragem. Dizer aos filhos que o casal não está conseguindo se entender e ser feliz. Portanto, fazer uma separação amigável é fundamental.
A criança precisa entender que ela não perdeu os pais, e a família precisa entender que foi apenas o casal que se separou e que ela terá sempre os seus pais por perto. Que bom seria se o casal tivesse um mínimo de maturidade, bom-senso e amor pelos filhos, a ponto de serem amigos, discutirem a educação dos filhos e estarem juntos nos momentos importantes.

Dicas essenciais:

-          Não destrua a imagem de ninguém que a criança gosta. Deixe que ela tire as suas próprias conclusões, quando crescer.
-          Não se aconselhe com o seu filho. Ele não tem maturidade para isso.
-          Não o envolva em seus problemas.
-          Não peça que ele minta para o pai ou a mãe.
-          Não o faça de espião nos ambientes que ele frequenta e nem de garoto de recados.
-          Não o use como moeda de troca.
-          Facilite os encontros, promova situações em que toda a família possa se encontrar.
-          Guarde as suas mágoas para si. Aprenda a perdoar.
-          Todos os relacionamentos oscilam: É preciso saber ceder, ter flexibilidade, paciência, respeito.
-          Não queira controlar e nem manipular os encontros da criança com o pai, ou a mãe. Deixe que cada um tenha a sua própria rotina com o filho.


Lembre-se: 
               
A saúde de uma criança é medida pela qualidade dos vínculos afetivos com os seus pais.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

11 RAZÕES PARA INVESTIR NA EDUCAÇÃO MUSICAL DOS FILHOS DESDE CEDO

Se foi o tempo em que brincar com música era considerada apenas uma forma de se divertir e se sentir bem. Com estudos e pesquisas comprovadas pela Neurociência (conjunto de ciências que estudam como aprendemos e nos desenvolvemos), atualmente temos conhecimento que estudar música desde pequeno pode fazer muita diferença no desenvolvimento integral da criança a longo prazo. Vejam 11 razões para famílias investirem na educação musical de seus filhos o mais rápido possível:

1 - A música ajuda no desenvolvimento neurológico da criança            

Os estudos afirmaram que estudar música melhora as funções executivas do cérebro, responsáveis por habilidades como memória, controle da atenção, organização e planejamento do futuro. Isso acontece porque praticar música, como tocar um instrumento musical, exige foco e disciplina, além de utilizar a coordenação das mãos, senso rítmico, estimulo visual e auditivo.

2 - O aprendizado musical modifica fisicamente o cérebro, principalmente na primeira infância (0 a 6 anos) e os ganhos se mantém por toda a vida

Com os estudos avançados da Neurociência, hoje temos informações seguras que o período entre 0 e 6 anos é de extrema importância para o desenvolvimento infantil. É a fase de estruturação do Sistema Nervoso, onde comportamentos são aprendidos e consolidados. Em uma entrevista à Revista Pais e Filhos, a neurocientista Elvira Souza Lima explica: Uma criança que começa antes dos 7 anos a estudar música tem maiores possibilidades de os lados esquerdo e direito do cérebro se comunicarem melhor, desenvolvendo a atividade do pensamento”. 

3 - Todos podem desenvolver a inteligência musical

Howard Gardner, professor da Faculdade de Harvard, afirma que todo individuo nasce com um vasto potencial de inteligências, mas que estas só vão aflorar, se forem estimuladas e praticadas. Todos podem desenvolver a inteligência musical se praticarem.

4 - As experiências musicais na infância ajudam a controlar melhor o corpo e a desenvolver a expressividade e a coordenação rítmica

Desde uma brincadeira de roda, ou tocar um instrumento musical, nas aulas de música, o cérebro é desafiado a utilizar diversas coordenações ao mesmo tempo (cantar/dançar, cantar/tocar/dançar, dançar/tocar, etc.). A neurocientista Viviane Louro afirma em seu livro “Fundamentos da aprendizagem musical” que a música requisita funções perceptivas, cognitivas e executivas e mais o aparato psicoemocional exigido pela arte, auxiliando do desenvolvimento das estruturas cerebrais, o que automaticamente educa os movimentos do corpo.

5 - A música é uma linguagem naturalmente atraente para a criança

Estudos mostram que quando o bebê nasce ele já foi estimulado através dos sons (dentro da barriga da mãe) e das pessoas que cuidam dele (depois do nascimento), que geralmente brincam com ele utilizando a música.  As aulas de musicalização infantil unem duas ferramentas muito significativas para a criança: canções e brincadeiras; ou seja, através de histórias sonorizadas, brincadeiras de roda, brincadeiras de mãos, tocando ou construindo instrumentos musicais, etc, a criança interage em um ambiente de sensibilização, reflexão e prática musical e vai desenvolvendo habilidades que irão auxiliá-la em seu desenvolvimento integral, como desinibição, maior expressividade, desenvolvimento psicomotor mais consolidado, maior criatividade, etc,

6 - Os estilos musicais que escutamos durante nossa vida, tendo experiências positivas, fazem toda a diferença no nosso gosto musical na fase adulta

 A Neurocientista Suzana Herculano-Houzel afirmou em uma entrevista que o repertório musical de escuta de uma pessoa é desenvolvido ao longo de sua vida de acordo com o meio social que está inserida e pelas experiências significativas que teve com certos estilos musicais.

7 - A música é interdisciplinar

A música é uma linguagem matemática, mas ao mesmo tempo afetiva sempre inserida em um contexto social. Através dela podemos aprender qualquer conteúdo, por isso é tão utilizada em diversas rotinas nas escolas de Educação Infantil, além de ser utilizada também para trabalhar tabuada, inglês, etc.

8 - Praticar música ensina a importância da disciplina.

Para tocar bem um instrumento musical, é necessário disciplina. É necessário se organizar para praticar e melhorar suas habilidades no instrumento. A criança de um modo geral deseja resultados imediatos e, ensiná-las a persistir, a não desistir quando surgem os desafios de tocar o repertório musical, são treinos importantes para o ser humano e para sua educação global.  

9 - A música melhora a autoestima e o autoconhecimento da criança

Caso a criança aprenda a tocar um instrumento musical, ela aprenderá desde cedo à importância da prática, do foco, da perseverança e da disciplina para melhorar, além de enfrentar o medo de errar e lidar com a dificuldade. Quando a criança mostra o repertório musical que está aprendendo, sua autoestima aumenta e isso contribuirá para que ela tenha mais confiança para persistir perante outros desafios que terá em sua vida (pois associa a conquista deste, ao sucesso dos demais desafios que virão).

10 - A música desenvolve o vinculo afetivo entre aqueles que juntos a praticam

A música na infância sempre vem acompanhada de momentos afetivos, sejam brincadeiras cantadas envolvendo mãos, toque, roda, tocar e cantar juntos, ou seja, atividades que fazem com que as pessoas interajam entre si de uma maneira divertida. As atividades coletivas musicais entre a família, por exemplo, nos deixam memórias positivas e marcantes, por isso devem ser estimuladas e praticadas.

11 - A música traz benefícios a longo prazo

A música pode fortalecer áreas cerebrais importantes nos primeiros anos de vida, quando a neuroplasticidade (capacidade do cérebro de modificar sua estrutura e função através de experiências anteriores) é maior, mas é preciso salientar que a plasticidade continua na fase adulta. Nunca é tarde para praticar música. Ou seja, desenvolvendo essa nova habilidade, programaremos nosso cérebro para envelhecer em melhores condições.
Não é a toa que hoje existe a Lei 11.769, que obriga todas as escolas ofereceram aula de música para as crianças. Os benefícios são gigantescos. Seus filhos merecem crescer em um ambiente onde a música seja valorizada. Além de diversas memórias positivas que ele terá, todo seu desenvolvimento será beneficiado. Dessa forma, nossos filhos poderão usar seu tempo com mais qualidade e utilizarão a música como amiga e companheira, nos momentos difíceis e alegres da vida.


terça-feira, 4 de julho de 2017

A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS PARA CRIANÇAS - DICAS PRÁTICAS

Contar histórias é sem dúvida uma das formas de comunicação mais antigas que existem. Apesar do avanço das tecnologias, contar histórias continua sendo uma das formas mais eficientes de promover à aprendizagem, a reflexão, a descoberta e também de conectar as pessoas.
Especialistas garantem que essa arte pode se iniciar durante a gestação, pois além de acalmar a gestante, o feto já é capaz de ouvir e perceber pela audição (que já está apta a partir do quinto mês de vida intra uterina) a entonação da mãe, a cadência das palavras e o ritmo que ela fala. Através dos sons das palavras, circuitos neurais são construídos. Hoje sabemos que a aprendizagem começa antes mesmo de nascermos.
Cada faixa etária necessita de estratégias para captar a atenção e motivar a criança em participar da história. 

Seguem algumas dicas:

A história exige concentração, portanto procure um lugar acolhedor e silencioso para que a criança possa estar voltada ao que você for apresentar. Desligue o celular e dedique este tempo exclusivo para seu filho. Observe também os melhores horários para contar história para seu filho. Depois do jantar, no final da tarde, na hora de dormir...teste e observe quais os momentos melhores para a contação de histórias.
Com bebês até 8 meses, utilize livros resistentes, livros de banho e procure criar um texto de acordo com as figuras que aparecem no livro. Ex: Olhe o gatinho. Ele está na caixa. Vamos fazer carinho no gatinho? O gatinho faz: MIAU. Cante canções dos personagens que aparecem também. Ex: Borboletinha está na cozinha (canção folclórica) quando aparecer uma borboletinha

A partir dos 8 meses, a criança provavelmente já senta sem apoio, já está refinando sua coordenação e ,suas emoções também estão mais evidentes. Livros com texturas são muito interessantes nesta idade, porém os textos devem ser bem curtinhos, com objetos e fatos que pertençam ao cotidiano da criança. Animais estão entre os temas prediletos. Retrate o ambiente sonoro da cena. Você pode imitar os sons dos personagens, cantar uma música que represente a cena, representar cada personagem através de um instrumento musical, enfim, use sua criatividade! De forma gradual, através destas atividades, serão estabelecidas as conexões cerebrais que relacionam as palavras com o objeto, desenvolvendo a imaginação, memória, além de introduzi-lo no convívio social. A criança nesta fase, ainda não entende a muito bem a estrutura de seqüência. Procure dar ênfase na leitura das imagens, porém contando a história de forma sucinta com começo, meio e fim.

A partir dos 2 anos, as histórias continuam curtas, porém podemos dar mais ênfase a seqüencia dos fatos, pois nesta faixa etária, as crianças começam a demonstrar mais concentração. Utilize figuras grandes com textos pequenos e traga histórias que trabalhem situações que a criança possa estar vivenciando (o desfralde, por exemplo). Converse com ele durante a história e pergunte o que ele acha que vai acontecer. Faça algumas pausas. Capriche na expressão facial. Criança adora surpresa e suspense. 

A partir dos 3 anos e até um pouco antes disso, a criança já apresenta o interesse pelas brincadeiras de faz-de–conta e demonstra a capacidade de representar coisas ou situações não presentes. A criança naturalmente começa a imitar ações rotineiras, depois ações de pessoas próximas, e através destas brincadeiras, os pequenos expõem seus sentimentos, frustrações e vontades. É interessante notar como a evolução das histórias, da brincadeira e da linguagem caminham juntas. Uma auxilia no desenvolvimento da outra.

As famílias podem trazer bonecos, objetos, elementos diversos para dramatizar histórias como a “Linda Rosa Juvenil”, por exemplo. Depois, a criança pode dramatizar com os fantoches para os adultos. Dramatizando, a criança se expressa com a linguagem verbal, gestual e facial, tornando a atividade mais complexa e desafiadora, além de iniciar a aprendizagem de normas sociais, pois é necessário esperar sua vez para interagir conforme a história vai acontecendo. Enfim, existem muitas possibilidades para estimular o desenvolvimento de seu filho de uma forma divertida. É necessário, porém, disposição, muita pesquisa, paciência e organização para o preparo das atividades.

A partir desta fase, é importante também que o adulto compartilhe com a criança, fatos que vivenciou compartilhar experiências e deixar que a criança também conte suas próprias histórias. Ouvir ativamente, respeitando o tempo do outro, cria laços afetivos profundos. Nossa história também é uma narrativa e é muito importante este dialogo entre pais e filhos. Relate suas experiências com o objetivo de estabelecer vínculos pessoais. Conte-a com afeto e coloque seu coração nela. Conte uma história em vez de apenas descrever fatos. Dessa forma, você poderá transmitir seu ponto de vista de uma forma muito mais impactante para a criança.

Conforme a criança for crescendo procure incentivá-la a contar e ler histórias pra você e diversifique os temas dos livros, deixe que ela escolha também (de acordo com sua orientação) para que ela possa ampliar seu vocabulário e no futuro tenha maior compreensão para o entendimento nas diversas áreas de conhecimento. Ensine-a também a cuidar do livro e tratá-lo com respeito.
Outros recursos importantes: 
  Quanto menor é a criança, mais importantes são os recursos visuais, sejam fantoches, dedoches, bichinhos de pelúcia, etc. A criança bem pequena, ainda está construindo seu repertório de imagens. Por serem concretos, estes objetos promovem uma maior interação da criança com a história proposta.
  Caixas surpresas com os objetos que aparecem na história são muito interessantes e criam momentos de suspense e mais emoção à história, contribuindo também para que a criança memorize a seqüência dos fatos da narrativa.
  Conte histórias que você goste que te faça se sentir confortável e entusiasmado. Escolha narrativas na qual você se identifique de alguma forma.
  Não se esqueça da expressão gestual. Já dizia o famoso historiador e antropólogo Luis da Câmara Cascudo: “Com as mãos amarradas não há criatura vivente para contar uma história”.
  Seja expressivo tanto nos gestos, quanto na sua expressão vocal ao contar histórias para as crianças. Tente imaginar a situação, como é a vida e o sentimento deste personagem e dramatize, para que a criança se envolva, possa entender e a narrativa faça ainda mais sentido.
Os benefícios para a criança que tem o privilégio de ter pais contadores de histórias são muitos. Momentos de afetividade, desenvolvimento na inteligência emocional e cognitiva da criança, ampliação de vocabulário e imaginação, etc. Histórias ficam na memória e quando mexem com nossa emoção (seja positiva ou negativa), jamais são esquecidas.
Que tal transformar a partir de hoje o momento da história, em uma rotina na sua família?

Assim, seu filho associará o prazer da sua companhia ao prazer de ler e ouvir histórias e certamente
aumentará seu interesse pelos livros e pela leitura também, o que é maravilhoso, pois quanto mais lemos, mais recebemos conhecimento. Certamente, fortes laços familiares serão criados e fortalecidos em meio a um ambiente de afeto, deixando memórias positivas e preciosas entre vocês. O universo é feito de histórias. Conte uma boa história!!!