Do nascimento até próximo dos 2 anos a criança tem na
cavidade bucal sua maior fonte de prazer. Nesse período de grande importância
para o desenvolvimento infantil a criança descobre o mundo colocando tudo o que
vê na boca. Contudo, junto com o aprendizado, uma grande quantidade de
patógenos também é levada para o corpo.
O amadurecimento do sistema imunológico ocorre na infância e
é influenciado por diversos fatores como a genética, o meio ambiente e a
alimentação. O consumo adequado de vitaminas e minerais específicos para cada
fase da criança é fundamental para que esse processo ocorra adequadamente.
O consumo adequado de imunonutrientes fortalece o sistema
imunológico
Os nutrientes mais importantes para a adequada formação e
manutenção do sistema imunológico são as vitaminas A, C e E, além dos minerais
selênio, ferro e zinco.
A vitamina A atua na imunidade contra os corpos estranhos e
pode auxiliar a controlar a infecção por bactérias, enquanto a vitamina E
otimiza a resposta imune e reduz a ação dos radicais livres na membrana das
células de defesa.
A vitamina C participa do processo de ativação e sobrevivência
das células do sistema imune. Diferentemente do conhecimento popular, essa
vitamina atua no fortalecimento do sistema imunológico, porém não há nenhuma
evidência científica consistente que justifique o consumo de vitamina C para a
cura de gripes e resfriados.
O selênio é um mineral que aumenta a resistência do sistema
imunológico. Dentre suas diversas funções, aumenta a proliferação das células
de defesa, melhora a capacidade do organismo de neutralizar os vírus e
bactérias e tem ação antioxidante.
O zinco é essencial para o funcionamento de algumas enzimas
que aceleram o sistema imune e o ferro atua na proteção contra microrganismos
por meio da resposta adaptativa e inata.
Importância do aleitamento materno e dos alimentos
fortificados
Já é consenso que o aleitamento materno exclusivo nos
primeiros seis meses de vida e a manutenção da amamentação de forma
complementar até os dois anos de idade ou mais é de extrema importância para a
saúde da criança, conforme as recomendações da Organização Mundial da Saúde, do
Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pediatria.
O prolongamento do aleitamento materno traz benefício
adicional no final do primeiro e segundo anos de vida, uma vez que há contínua
oferta de imunonutrientes e prebióticos, nutrientes que estimulam a microbiota
intestinal e, por consequência, melhoram a imunidade.
Comumente, crianças desmamadas começam a consumir leite de
vaca in natura a partir do primeiro ano de vida completo, quando o organismo já
está preparado para receber esse alimento. Contudo, apesar de rico em cálcio, o
leite de vaca in natura contém baixo teor de ferro e outros imunonutrientes.
Tem sido bastante discutido na literatura científica a
relação entre o consumo de leite de vaca in natura em crianças menores de 5
anos e a alta prevalência de anemia por falta de ferro (anemia ferropriva).
Alguns autores tem recomendado o consumo de leite modificado enriquecido com
ferro para reduzir as chances de desenvolver essa doença tão comum na infância.
Em crianças, a anemia ferropriva pode afetar o crescimento, a aprendizagem e
aumentar a predisposição a infecções.
Para crianças que não são amamentadas e com idade superior a
1 ano, postergar o consumo de leite de vaca in natura e introduzir leite
modificado e fortificado com imunonutrientes também é uma boa alternativa para
facilitar o amadurecimento do sistema imune da criança.
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