sábado, 18 de junho de 2016

LEVEI MEU FILHO NO PRONTO SOCORRO!

 Esta frase é hoje frequente e, em verdade, se transformou na “cultura do pronto-socorro” dos nossos tempos.
Mas levar uma criança doente ao PS não é o melhor a fazer? Isso depende!
Na realidade o PS foi criado para atender as urgências verdadeiras e nisso ele é insubstituível.
Acontece que a longevidade (duração da vida) aumentou muito no Brasil, e estima-se que as crianças de hoje poderão chegar à idade de 100 anos.
Então, com a longevidade assegurada,seria suficiente tratar as doenças levando a criança ao PS?
Acontece que a longevidade está praticamente garantida, mas a qualidade de vida, não.
E, cá entre nós, o que adianta uma vida longa se não tivermos uma vida digna de ser vivida em grande parte desses anos?
Hoje se sabe que uma vida saudável a longo prazo depende muito dos primeiros anos de vida. Você já deve ter ouvido falar nos “primeiros mil dias de vida” que determinam o tipo de saúde que a pessoa vai ter no seu futuro.
Diz-se que a genética determina o destino, mas tudo o que a gente faz pela criança e que é chamado de epigenética pode modificar a genética. E devemos fazer tudo para que essa modificação seja para o melhor.
É aí que entra a Puericultura, quando o pediatra faz a orientação para a saúde da criança e do adulto que ela vai se tornar no futuro.
A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda as consultas de Puericultura, mesmo quando a criança não está doente,
Mensalmente no 1º ano; depois a cada 2 meses no 2º ano; a cada 3 meses no 3º ano;a cada 6 meses dos 3 aos 5 anos;e a partir da idade escolar, pelo menos uma vez por ano, inclusive na adolescência, que termina quando o jovem completa 20 anos.
Nessas consultas o pediatra faz a avaliação da criança e dá uma orientação personalizada, inclusive com alguns exames laboratoriais básicos dessa faixa etária. Nessas consultas são abordados os principais aspectos do desenvolvimento, que são:
estado nutricional, história alimentar, curva de crescimento, desenvolvimento neuropsicomotor, comportamento, estado vacinal, atividades físicas, visão, audição, saúde bucal, sono, desenvolvimento da sexualidade, cuidados domiciliares, condições do meio ambiente e até o desempenho escolar.
Com essa ampla avaliação da criança, serão enfocados o aleitamento materno, a alimentação complementar, a alimentação da família, estímulos para o desenvolvimento, os problemas comportamentais, escolaridade, atividades físicas e esportivas e o preparo para a adolescência.
Se for necessário levar ao PS, lembre-se sempre que esta é só uma consulta de urgência; comunique ao seu pediatra para que ele tome conhecimento e acompanhe o tratamento. Mas esta consulta não vale como uma consulta de puericultura. Siga o esquema indicado. Quando você se acostumar a agendar previamente essas consultas, você vai ver como é fácil e como a criação da criança saudável vai lhe dar a satisfação que você merece. E não exponha seu filho a realização de exames que não acrescentam nada, além, de provocar medo e pânico nos pequenos.

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