Durante a infância, a criança vivencia constantes modificações no sono que refletem o grau de maturidade e desenvolvimento do sistema nervoso central.
Do nascimento até o 6º mês de vida, o sono vem em ciclos de 3 a 4 horas no primeiro mês de vida, independente de ser noite ou dia. Entre o primeiro e o quarto mês, o bebê vai se adaptando progressivamente à luz e fazendo um sono mais longo quando é noite.
O primeiro indício de que o bebê está adequando seu ritmo biológico ao dia de 24 horas é entre a 3ª e a 4ª semana de vida. O bebê fica mais agitado e chorando, geralmente no final da tarde ou início da noite (entre as 17 e 22h). É a chamada “hora da cólica”.
Em torno do 6º mês de vida, os períodos de sono já chegam a 6 horas, geralmente com dois períodos noturnos separados pelo despertar para mamar. A consolidação do sono noturno ocorre gradualmente a partir daí.
Entre 2 e 3 anos, o sono noturno deve estar consolidado. Os períodos de sesta durante o dia tendem a diminuir e até acabar. A dificuldade de separação dos pais se reflete na ansiedade, na dificuldade de dormir e nos medos noturnos. Nesta fase é fundamental manter as rotinas para dormir. Os distúrbios do sono são comuns entre 20 e 30% das crianças nesta faixa etária.
Se seu filho está na pré-escola, procure evitar a sesta no final da tarde. Ela pode interferir no sono noturno. Nesta faixa, cerca de 15 a 30% das crianças ainda têm distúrbios de sono.
A transição para o padrão adulto de sono inicia a partir dos 5 anos e vai até os 12. O horário de acordar é fixo nos dias de escola. São frequentes, nesta faixa, os pesadelos e as parassonias (movimentos anormais que resultam na interrupção do sono).
A transição para o padrão adulto de sono inicia a partir dos 5 anos e vai até os 12. O horário de acordar é fixo nos dias de escola. São frequentes, nesta faixa, os pesadelos e as parassonias (movimentos anormais que resultam na interrupção do sono).
Na adolescência, ocorre aumento fisiológico de sonolência diurna, pela privação de sono. Em dois anos, o tempo total de sono diminui cerca de três horas (de 10 para 7 horas), provocando um débito de sono. Ocorrem diferenças entre dias de semana e fins de semana, quando o jovem dorme mais. É frequente, nesta idade, o sono demorar para chegar, podendo atrasar de uma a 3 horas.
A tabela abaixo evidencia as modificações principais no tempo de sono do nascimento a adolescência.
Idade | Média de horas de sono | Características do sono |
Recém-nascidos (0 a 30 dias de vida) | 16 a 20 horas | Ciclos de sono com 1 a 4 horas de duração, intercalados por período de vigília de 1 a 2 horas, independente de ser noite ou dia. |
Lactentes (1 a 12 meses) | 14 a 15 horas (em torno do 4º mês de vida) e 13 a 14 horas (em torno do 6º mês de vida) | Entre 6 semanas e 3 meses começa a ocorrer diferenciação dos ciclos de sono diurnos e noturnos, que ficam mais longos. Após os 6 meses, observa-se sestas diurnas (em torno de duas por dia) que podem durar de 2 a 4 horas. |
1 a 3 anos | 12 horas | Sono noturno consolidado e uma sesta por dia (1,5 a 3,5 horas). |
3 a 6 anos | 11 a 12 horas | Redução das sestas. Em torno de 4 a 5 anos não ocorrem mais sestas diurnas. |
6 a 12 anos | 10 a 11 horas | Observa-se diferença em relação à duração do sono noturno em dias de semana e fins de semana. |
Adolescentes (> 12 anos) | Ideal = 9 horas Real = 7 horas | Esquema de horários irregular, atraso do sono. |
Modificado de: Mindell JA, Owens J. A Clinical Guide to Pediatric Sleep. Editora Lippincott, Williams & Wilkins, 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário