segunda-feira, 7 de setembro de 2020

SETEMBRO DOURADO, CÂNCER INFANTO-JUVENIL

 


O câncer infanto-juvenil consiste em um conjunto de doenças que apresentam características próprias, em relação à histologia e ao seu comportamento clínico. Na maioria das populações, esse tipo de câncer corresponde a 1-4% de todas as neoplasias malignas.

No Brasil, conforme dados publicados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa de casos novos de câncer infanto-juvenil para o ano de 2020 é de 8.460, sendo 4.310 para o sexo masculino e 4.150 para o sexo feminino. A taxa bruta brasileira estimada de casos novos por milhão de crianças e adolescentes até 19 anos é de 138,44.

Nas últimas décadas, vêm ocorrendo no Brasil mudanças nas causas de mortalidade e morbidade, em conjunto com outras transformações demográficas, sociais e econômicas. Assim, como nos países desenvolvidos, no Brasil o câncer representa a primeira causa de óbito por doença (8% do total), entre as crianças e adolescentes de 1 a 19 anos de idade. De acordo com Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) o número de mortes por câncer foi de 2.565 no ano de 2018, sendo 1.412 para o sexo masculino e 1.153 para o sexo feminino. Infelizmente, com base nos dados dos registros de câncer atualmente consolidados, muitos pacientes em nosso país ainda são encaminhados aos centros de tratamento com a doença avançada. 

Neste contexto, é importante reduzir as desigualdades no acesso ao diagnóstico e na qualidade do tratamento e, assim, melhorar os resultados terapêuticos para todas as crianças, especialmente aquelas que vivem em países com recursos limitados. 

SETEMBRO foi o mês escolhido para intensificar a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer infanto-juvenil, representado mundialmente pelo símbolo do LAÇO DOURADO.

As neoplasias malignas mais frequentes na criança e no adolescente diferem daquelas típicas do adulto do ponto de vista topográfico, histológico e clínico evolutivo. As neoplasias malignas na criança tendem a apresentar menores períodos de latência, crescem quase sempre rapidamente, são geralmente invasivas e respondem melhor à quimioterapia. O câncer infanto-juvenil geralmente afeta as células do sistema hematopoiético e os tecidos de sustentação, enquanto que no adulto, afeta as células do epitélio que recobrem os diferentes órgãos. Os tipos histológicos mais frequentes na criança e no adolescente são as leucemias, os tumores do sistema nervoso central e os linfomas.

 O que aumenta o risco de câncer infanto-juvenil?

 Não há evidências científicas, até o momento, que fatores de risco relacionados ao estilo de vida (ambientais) tenham associação com câncer infanto-juvenil. Alterações genéticas que propiciem ao desenvolvimento de um determinado tipo de câncer na criança são muito raras. Assim, é fundamental a orientação para o diagnóstico precoce do câncer, visando melhor chance de cura, de sobrevida e de qualidade de vida para estas crianças e adolescentes. 

A prevenção do câncer pediátrico raramente é possível, porém a orientação em relação aos fatores de risco para a ocorrência do câncer na vida adulta pode e deve ser realizada pelo pediatra. As orientações devem envolver a proibição do hábito de fumar, a utilização de alimentação adequada (amamentação, alimentos pobres em gordura, ricos em fibras, isentos de aflatoxinas, nitritos, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos), a manutenção de peso adequado, a redução das infecções com agentes carcinogênicos (bactéria helicobacter, vírus da hepatite B, vírus de Epstein Barr, HPV tipo 16 e 18, HIV e HTLV1, entre outros), os cuidados com o meio ambiente (evitar exposição excessiva ao sol, exposição a radiações), além de evitar o sedentarismo, ingestão de bebidas alcoólicas, higiene precária e exposições ocupacionais (benzeno, amianto, agrotóxicos e outras). 

Em relação à orientação alimentar, o aleitamento materno é a primeira ação de alimentação saudável, protegendo as mães contra o câncer de mama e as crianças contra obesidade infantil. O câncer na faixa etária pediátrica é raramente hereditário e na maioria dos casos não apresenta história familiar e/ou associações com alterações genéticas ou congênitas. No entanto, o retinoblastoma (tumor maligno intra-ocular) em 40% dos casos pode ser de origem genética, sendo neste caso, importante o aconselhamento genético.

Sinais e sintomas de alerta para o câncer infanto-juvenil:

 • Leucocoria(pupila branca)

 • Estrabismo, nistagmos que surgem repentinamente 

• Exoftalmia, equimose palpebral, heterocromia, anisocromia 

• Aumento de volume em qualquer região do corpo, principalmente indolor e sem febre, podendo estar associado ou não a sinais de inflamação

 • Equimoses pelo corpo em regiões pouco frequentes, sobretudo quando não associadas a algum tipo de traumatismo 

• Dores persistentes nos ossos, nas articulações e nas costas, especialmente se desperta a criança à noite, associada ou não a edema, massa ou limitação funcional

 • Fraturas, sem trauma 

• Sinais precoces de puberdade: acne, voz grave, ganho excessivo de peso, pelos pubianos ou aumento do volume mamário nas meninas com menos de 8 anos de idade e nos meninos com menos de 9 anos de idade

• Cefaleia persistente e progressiva, associada ou não a vômitos, diabetes insipidus, neurofibromatose, alterações na marcha, no equilíbrio e na fala, além de perda de habilidades desenvolvidas e alterações comportamentais 

• Febre prolongada, perda de peso, palidez ou fadiga persistente e inexplicadas

 • Prurido/sudorese noturna 

• Aumento inexplicado de volume testicular 

• Dor abdominal/massa abdominal 

• Hematúria, hipertensão arterial inexplicadas por outras causas 

• Hepatoesplenomegalia 

• Dor nas costas, que piora na posição supina, com ou sem sinais de compressão medular 

• Nevos com modificação de características prévias em áreas de exposição solar ou de atrito

 • Obstrução nasal, sangramentos inexplicados 

• Otalgia crônica e/ou otorreia crônica, especialmente se associada a dermatite seborreica

• Sangramento vaginal; 

• Tosse seca e persistente, edema de face e turgência da jugular inexplicadas 

• Linfonodomegalia cervical baixa em adolescente 

• “Dor de dente” rebelde ao tratamento 

Como é realizado o tratamento do câncer infanto-juvenil? 

O diagnóstico definitivo do câncer é fornecido pelo exame citológico ou histopatológico de uma O tratamento se inicia com o diagnóstico correto. Neste contexto, é fundamental que o diagnóstico e tratamento sejam realizados em centro especializado em oncologia pediátrica, por equipe multiprofissional e individualizado para cada tipo histológico específico e de acordo com o estadiamento clínico da doença. 

Compreendem diversas modalidades terapêuticas, como quimioterapia, radioterapia, cirurgia, imunoterapia, transplante de medula óssea ou de órgãos.

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

BENEFÍCIOS DO LEITE MATERNO NO SISTEMA IMUNOLÓGICO DO BEBÊ

O leite humano oferece praticamente todas as proteínas, açúcar e gordura que seu bebê necessita para ser saudável e também contém muitas substâncias que beneficiam seu sistema imunológico,  incluindo anticorpos, fatores imunes, enzimas e células brancas do sangue. Estas substâncias protegem seu bebê contra uma grande variedade de doenças e infecções não só enquanto ele está mamando, mas em alguns casos, muito tempo depois de ele ter desmamado.
Fórmula infantil não pode oferecer esta proteção.
Se você desenvolver um resfriado durante a amamentação, por exemplo, é provável que você passe os vírus para o seu bebé, mas os anticorpos que seu corpo produz para combater esse frio também serão transmitidos através do leite. Estes anticorpos irão ajudar o seu bebê a desenvolver sua imunidade mais rapidamente e eficazmente e, possivelmente, evitar o desenvolvimento de outras viroses do mesmo tipo. Esta defesa contra doenças diminui significativamente as chances de que o seu bebê sofra de infecções nos ouvidos, vómitos, diarreia, pneumonia, infecções do trato urinário e ainda certos tipos de meningite.
 Crianças com menos de um ano de idade que foram exclusivamente amamentadas por pelo menos quatro meses, por exemplo, eram menos propensas a serem hospitalizados por uma infecção do trato respiratório inferior, como coqueluche, bronquiolite ou pneumonia, do que foram os seus homólogos alimentados com fórmula. Mesmo as crianças em programas de cuidados infantis de grupo, que tendem a pegar mais germes devido à sua proximidade, são menos propensos a ficar doentes, se forem amamentados ou alimentados com leite de suas mães mesmo que seja numa mamadeira com leite materno.
Todos os seres humanos têm um grande número de bactérias que normalmente residem no intestino. Algumas das bactérias têm funções normais e saudáveis, e alguns podem causar doenças, tais como diarreia.
O leite humano estimula o crescimento de bactérias saudáveis no trato intestinal do bebê amamentado. Ele faz isso através da promoção de um ambiente saudável em geral e, em parte, através de substâncias chamadas probióticos, que são encontrados no leite humano. Uma vez que o leite humano estimula o crescimento destas estirpes “amigáveis” de bactérias, outras bactérias, tais como E. coli, que são mais propensos a causar a doença, são inibidas de crescer, se multiplicar e fixar ao revestimento do intestino, onde pode causar a infecção. Tem sido bem estabelecido que crianças alimentadas com fórmula têm taxas muito mais elevadas de doenças diarreicas que podem exigir visitas ao médico ou às vezes ao hospital para fluidos intravenosos.
O aleitamento materno é recomendado por muitas razões. No que diz respeito à prevenção de alergia, há alguma evidência de que a amamentação protege bebês nascidos de famílias com histórico de alergias, em comparação com os bebês que são alimentados com fórmula à base de leite de vaca padrão ou uma fórmula de soja. Nestas famílias, os bebés amamentados geralmente tinham um menor risco de alergia ao leite, dermatite atópica (vulgarmente conhecida como eczema), e chiado no início da vida, se fossem exclusivamente amamentados durante pelo menos quatro meses. Presume-se que os componentes do sistema imunológico no leite materno proporcionam proteção contra estas doenças alérgicas. Embora os benefícios de longo prazo da amamentação sobre alergias permaneçam pouco claros e estudos não avaliaram cuidadosamente o impacto sobre as famílias sem história de alergia.
 A amamentação exclusiva é recomendada como a alimentação de escolha para todas as crianças. Transferência dos anticorpos de leite humano e outras substâncias imunológicas também podem explicar por que as crianças que amamentam por mais de seis meses são menos propensas a desenvolver leucemia aguda infância e linfoma do que aqueles que recebem fórmula. Além disso, estudos têm demonstrado uma redução de 36% (alguns estudos mostram que esta redução ser tão alta quanto 50%), em risco de síndrome da morte súbita infantil (SIDS) entre os bebês que amamentam em comparação com aqueles que não o fizeram, embora as razões para isso não sejam completamente compreendidas. Uma pesquisa recente indica que até mesmo crianças amamentadas são menos propensas a serem obesas na adolescência e na idade adulta. Eles também são menos vulneráveis a desenvolver diabetes de tipo 1 e tipo 2.

domingo, 12 de julho de 2020

ATENDIMENTO AMBULATORIAL PEDIÁTRICO NA PANDEMIA DE COVID 19

 Com o agravamento da pandemia de COVID-19 no Brasil, a partir do mês de março de 2020, e com alta taxa de letalidade e de contagiosidade, foi necessária a adoção de medidas de distanciamento social e restrição à circulação de pessoas, para tentar minimizar a transmissão comunitária do vírus.  Estratégias mais rígidas de isolamento foram recomendadas para pessoas acima de 60 anos e que têm doenças crônicas como diabetes, hipertensão e obesidade, com maior
A prevenção da doença, com lavagem ou higienização frequente das mãos, distanciamento social, restrição de circulação das pessoas, uso de máscaras faciais, isolamento dos doentes com formas leves e contatos sãos, até então, as medidas mais seguras no enfrentamento da pandemia do COVID-19. Não há medicação específica nem vacina disponível para imunização no Brasil e no mundo.

Apesar dessas mudanças, radicais na rotina da população e dos serviços de saúde, o acompanhamento de crianças em ambulatório deve e precisa continuar, diante das situações de alerta que demandam vigilância por parte do pediatra e demais profissionais de saúde. As mães precisam ser avaliadas quanto à sua saúde e precisam ser orientadas para a amamentação e processo fisiológico do estabelecimento da lactação, orientações iniciadas na maternidade.  Os recém-nascidos, lactentes, pré-escolares e escolares precisam receber suas vacinas conforme calendário pré-estabelecido, e podem adoecer ou ter intercorrências. As orientações dadas pelos pediatras continuam a ser necessárias, acrescidas pela situação de estresse e sobrecarga familiar com toda a situação envolvendo as medidas para o combate ao COVID-19 neste momento.
A consulta do pediatra é muito importante nesse momento de pandemia, pois mesmo à distância, por via telefônica, em aplicativos de celular ou via telemedicina, conforme já autorizados pelo CFM e Ministério da Saúde, permite a avaliação clínica geral, do crescimento e desenvolvimento, orientar vacinação, acompanhar a evolução e instituir tratamentos quando necessários.
A consulta pediátrica e de puericultura presencial deve ser priorizada e realizada com agendamento prévio, com todos os cuidados de higiene e prevenção, evitando aglomerações de crianças e acompanhantes na sala de espera no mesmo horário e prevenindo dessa forma também a busca por atendimento nas emergências pediátricas hospitalares onde o risco de contaminação pelo COVID-19 é grande.
Em relação à consulta ambulatorial de recém-nascidos, esse atendimento prevê por parte do pediatra, entre outras ações, a orientação e estímulo ao aleitamento materno mesmo quando as mães desenvolveram a doença por COVID-19. Em consulta aos documentos e notas técnicas oficiais elaboradas pela Sociedade Brasileira de Pediatria, Ministério da Saúde, Academia Americana de Pediatria e o CDC não há recomendação explícita para restrição da presença do segundo acompanhante em consultas pediátricas ou neonatais durante o período da pandemia do COVID-19. A presença dos pais ou responsáveis ou cuidadores é de suma importância na consulta ambulatorial de recém-nascidos e nos atendimentos de puericultura, pela necessidade de apoio à mãe, estímulo e promoção do aleitamento materno exclusivo além do suporte nos cuidados ao recém-nascido e na realização de todas as ações necessárias para garantir a saúde integral desses pacientes. O compartilhamento favorece harmonia além de tranquilizar a família e incentivar a interação entre pais e filhos.
De fundamental importância é a oportunidade que a participação dos cuidadores traz para a observação de fatores que podem estar associados a situações de estresse tóxico e ou violência, em suas várias formas, pelo qual a criança pode estar sendo submetida. Porém, diante da situação emergencial que vivemos, o modelo de atendimento pediátrico em consultórios médicos e ambulatórios deve ser adaptado, respeitando- -se as normas e orientações sobre planejamento e organização do agendamento das consultas, distanciamento entre as pessoas, uso de máscaras, higienização das mãos e oferta de álcool em gel 70%, evitando aglomerações, mantendo ambientes arejados, além do uso obrigatório de equipamentos de proteção individual por parte dos profissionais que realizam o atendimento.

sexta-feira, 26 de junho de 2020

ATIVIDADES FÍSICAS PARA CRIANÇAS E COVID 19

Os benefícios das atividades físicas em todos os ciclos da vida estão na literatura, com grande potencial para prevenção/tratamento de doenças crônicas não transmissíveis e diminuição da morbimortalidade. No momento atual, tem-se dado atenção especial à relação da prática de atividades físicas e sistema imunológico.
Em geral, evidências robustas demonstram efeitos positivos da atividade física sobre o sistema imunológico com importante ação anti-inflamatória. Contudo, é preciso estar atento ao tempo de duração e, especialmente, à intensidade da atividade, pois são moduladores dessa relação.   Exercícios com intensidade moderada aumentam as defesas do organismo, ao passo que exercícios muito intensos podem causar imunossupressão. Estudo demonstrou que as infecções do trato respiratório superior podem diminuir em até 50% para indivíduos que realizam atividades físicas regulares de intensidade moderada e aumentar em até seis vezes para aqueles que realizam atividades muito intensas, ambos quando comparados com indivíduos sedentários.
A atividade física regular e de intensidade moderada com duração entre 30 e 60 minutos por sessão está associada à diminuição da mortalidade e das taxas de incidência de influenza e pneumonia, reforçando a importância da adoção/manutenção de modos de vida mais ativos neste momento de pandemia de COVID-19.
Nos últimos meses o mundo tem observado duas pandemias, a da COVID-19 e a da diminuição considerável da prática de atividades físicas e aumento dos comportamentos sedentários entre pessoas de todas as etnias, condições socioeconômicas e faixas etárias.
 A pandemia da COVID-19 criou uma situação de isolamento social extremo gerando assim o chamado estresse tóxico, em que famílias foram obrigadas a adotar novos modelos de convivência, tais como: trabalhar em casa, estudar diariamente com os filhos, utilizar mídias digitais/plataformas de ensino, assumir os trabalhos domésticos (alimentação, limpeza, compras de supermercados e higiene dos produtos recebidos, entre outras tarefas). O espaço doméstico, muitas vezes bastante limitado, teve que ser adaptado para atividades físicas mínimas e, consequentemente, se tornando um fator obesogênico. Ainda que as tarefas domésticas (ex.: varrer, passar, limpar a casa/faxinar, subir e descer escadas, etc) representem um dos quatro domínios da atividade física, o gasto energético e o estímulo fisiológico envolvido é geralmente reduzido, especialmente entre a população pediátrica. Idealmente, as crianças e adolescentes deveriam acumular 60 minutos de atividade física de intensidade moderada a vigorosa por dia, incluindo modalidades que estimulem ossos, músculos, mobilidade articular e exercícios envolvidos no desenvolvimento motor e de habilidades como equilíbrio e coordenação.
Nesse período de isolamento domiciliar, atender às recomendações de prática de atividades físicas tem sido um desafio também para os jovens. Neste sentido, visando aumentar o nível de atividade física, crianças e adolescentes podem praticar atividades físicas em casa de forma lúdica brincando de bambolê, cabra cega, amarelinha, pular corda, caminhar sobre corda no chão e cabo de guerra. As ideias de atividades incluem jogos tradicionais de recreio em ambientes fechados (esconder e procurar, marcar, pular) e criatividade (construir uma pista de obstáculos, jogar vôlei de balão ou aprender a fazer malabarismos).Além da diminuição da prática de atividades físicas, o confinamento social também demonstrou aumento expressivo da utilização das telas e dispositivos digitais, uma das  ferramentas encontradas pelos pais para “entreter” crianças e adolescentes, modificando consideravelmente o comportamento individual e familiar. As tecnologias digitais, embora muito úteis para a sociedade contemporânea, precisam ser orientadas pelos pais e responsáveis para promover uma utilização harmoniosa dos jovens.
O que os pais devem fazer para auxiliarem seus filhos nesse período?

• Enfatizar as medidas de isolamento e mínimo contato, principalmente em áreas comuns como parques, pracinhas e condomínios. É importante que pais e cuidadores aumentem a vigilância visual para garantir o distanciamento físico, especialmente entre crianças.
• Atentar para a segurança das crianças principalmente no trânsito (travessia de ruas, espaços muito amplos com pouca supervisão), pois o grande período de confinamento pode gerar excesso de energia positiva para atividades físicas ao ar livre.
• Reforçar todas as medidas de prevenção que deverão persistir mesmo após a volta à “normalidade”, tais como: lavagem constante de mãos com sabão, uso do álcool em gel, manter o distanciamento e mínimo contato físico com outras pessoas e evitar grandes aglomerações.
 • Promover a limpeza constante de brinquedos de uso frequente, em especial aqueles utilizados fora do domicílio e que tenham sido compartilhados com outras crianças.
• Ter sempre álcool em gel disponível para todas as atividades, principalmente naquelas em que há contato frequente de mãos e pernas nos parques infantis (balanço, escorrega, carrossel, redes para escalar, etc).
 • Estimular uso de máscaras faciais de pano adequadas nas atividades ao ar livre, levando em consideração a idade da criança/adolescente e o nível de compreensão da faixa etária envolvida. Os adolescentes possuem capacidade cognitiva para utilizar as máscaras de barreira de maneira correta, assegurando maior proteção individual e de grupo. Deve ser lembrado que o uso de máscaras em atividades aeróbias como corridas, jogar futebol/basquete e andar de bicicleta requer um período de adaptação ao novo modo de respirar “dentro da máscara”.
• Dar preferência a atividades ao ar livre em espaços amplos como pátios e parques, se possível, priorizando contato com a natureza: árvores, galhos soltos, terra, água, grama. Pular, correr, rolar são exemplos de atividades a serem desenvolvidas nessas áreas.
 • Reservar tempo nos fins de semana para praticar alguma atividade física com seus filhos: andar de bicicleta, brincar de bola, fazer castelo de areia, estimulando modos de vida saudável.
 • Os pais podem acessar as mídias digitais para procurar atividades físicas virtuais como jogos interativos, danças e aulas aeróbicas de acordo com a faixa etária dos filhos.
 • Dividir atividades domésticas com os filhos pode ser importante tanto para aumentar o nível de atividade física quanto para estreitar os laços e aumentar a cumplicidade familiar.
• Evitar que seus filhos pratiquem atividades físicas em caso de apresentarem sintomas gripais/respiratórios.
• Estimular o retorno gradativo às técnicas de esporte-terapia para crianças com necessidades especiais através do contato com educadores físicos e horas programadas para realização dos exercícios.

terça-feira, 23 de junho de 2020

O QUE FAZER QUANDO ALGUÉM DA FAMÍLIA ESTIVER COM CORONAVÍRUS















* As pessoas que estão com doença leve devem ficar isoladas em casa;

* Separar o membro da família com COVID-19 dos outros, tanto quanto possível;

* A pessoa com o vírus deve ficar em um quarto separado e longe de outras pessoas da casa, sempre que possível;

* Idealmente, deve usar um banheiro separado, se disponível. Caso não seja possível, separar toalhas e higienizar o banheiro após o uso da pessoa infectada;

* Não esquecer de manter os ambientes bem ventilados com janelas abertas; • Limitar as visitas em casa;

 * Evitar o contato com animais de estimação. Isso inclui acariciar, aconchegar, ser beijado ou lambido;

* Telefonar antes para programar consultas médicas, quando necessárias. Isso ajudará os serviços a tomarem medidas para impedir que outras pessoas sejam infectadas ou expostas;

* As pessoas com sintomas de COVID-19 devem usar máscaras quando tiverem contato com outras pessoas;

 * Evitar compartilhar itens domésticos pessoais. Não compartilhar pratos, copos, xícaras, utensílios de cozinha, toalhas ou roupas de cama. Depois de usar esses itens, eles devem ser lavados cuidadosamente com água e sabão;

* Limpeza extra para todas as superfícies de alto toque. Inclui balcões, mesas, maçanetas, louças, banheiros, telefones, teclados, tablets e mesas de cabeceira;

* Limpar também todas as superfícies que possam ter sangue, fezes ou fluidos corporais;

* Monitorar os sintomas e contactar imediatamente o médico se a doença piorar. Conversando com crianças sobre o SARS-CoV-2

segunda-feira, 22 de junho de 2020

PREVENÇÃO DO CORONAVÍRUS NA CRIANÇA

Este é um bom momento para ensinar as crianças a fazerem as mesmas coisas que todos devem fazer para se manterem saudáveis:

* Higienizar as mãos com frequência usando água e sabão em quantidade suficiente e de maneira adequada (40 a 60 segundos, entre os dedos, palma e dorso das mãos, esfregar as unhas, estendendo a lavação até os punhos) ou, caso não seja possível lavar as mãos em algumas situações, utilizar preparações alcoólicas a 70%;
* Limpar e desinfetar diariamente as superfícies de toque frequente nas áreas comuns da casa (por exemplo, mesas, cadeiras de encosto alto, maçanetas, interruptores de luz, controles remotos, banheiros, pias, etc.);
* Limpar e desinfetar com frequência as telas, em especial de telefones celulares, tablets e computadores;
 * Lavar objetos e brinquedos, incluindo os de pelúcia laváveis;
 *Evitar contato com pessoas doentes (que estejam com algum sintoma como tosse, espirros ou febre);
*Manter distância de outras pessoas;
* Permanecer em casa o máximo possível, evitando locais públicos onde é provável o contato próximo;
* Manter os ambientes bem ventilados com janelas abertas;
* Ensinar as crianças a tossirem e espirrarem em um lenço de papel (o qual deve ser jogado fora após cada uso e as mãos lavadas de maneira adequada);
* Caso na hora da tosse ou espirro não tiver disponível um lenço de papel, tossir e espirrar no braço ou cotovelo, não nas mãos;
* Orientar as crianças a evitarem tocar o rosto;
* Evitar viagens.
* Uso de máscaras para a criança acima de dois anos de idade.

sábado, 20 de junho de 2020

CONVERSANDO COM CRIANÇAS SOBRE O CORONAVÍRUS

 * Orientar a não acreditar em tudo que ouvem ou recebem pelas redes sociais;

 * Filtrar as informações e conversar com as crianças de uma maneira que elas possam entender; 

*Tranquilizá-las;

 * Lembrar que os pesquisadores e médicos estão aprendendo o máximo que podem e o mais rápido possível sobre o vírus e estão tomando medidas para manter todos em segurança;

* É um ótimo momento para lembrar às crianças o que elas podem fazer para ajudar, adotando as medidas de prevenção citadas anteriormente;

* Prestar atenção nos sinais de ansiedade. As crianças podem não ter palavras para expressar sua preocupação, mas você pode ver sinais disso;

* Manter a segurança e tentar manter suas rotinas normais;

* Monitorar a mídia, mantendo as crianças afastadas de imagens assustadoras que possam ver na TV, mídia social, computadores etc;

* Conversar sobre o que estão ouvindo no noticiário e corrigir qualquer informação incorreta ou boato;

* Ser um bom exemplo para as crianças.

domingo, 7 de junho de 2020

COVID 19 - ORIENTAÇÕES PARA O USO DE MÁSCARAS NA INFÂNCIA

Orientar pais e responsáveis sobre o uso adequado de máscaras por crianças e adolescentes. Essa é a proposta da nota de alerta divulgada nesta semana pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em função da pandemia de COVID-19. Na publicação, elaborada em conjunto pelos Departamentos Científicos de Adolescência e Desenvolvimento e Comportamento da entidade, os pediatras fornecem dicas valiosas a respeito de como usar o equipamento em cada faixa etária, como colocar e retirar, quanto tempo utilizar, entre outras orientações.
Baseado em conhecimentos técnicos atualizados, o uso de máscaras está recomendado para todos acima de dois anos de idade. Conforme explica o texto da SBP, o item é capaz de reter grande parte das gotículas expelidas no espirro, tosse e fala. Por isso, diminui significativamente os riscos de transmissão do novo coronavírus.
MÁSCARAS CASEIRAS – Devido à necessidade de reduzir o uso de máscaras cirúrgicas, N95 ou PFF2 por pessoas que não sejam profissionais da saúde, o Ministério da Saúde aconselhou o uso de máscaras caseiras pela população. Segundo a nota de alerta da SBP, o utensílio fabricado em casa, no entanto, também pode ser eficiente, desde que seja feito com pelo menos duas camadas de tecido e cubra totalmente a boca e o nariz, sempre bem ajustado ao rosto e sem deixar espaço nas laterais.
Uma vez utilizada, as máscaras têm um limite de tempo que não pode ser ultrapassado. O utensílio não deve ficar úmido e caso isso aconteça, em até duas horas, no máximo, precisa ser trocado. Em caso de qualquer danificação, também deve ser substituído o mais rápido possível.
USO DO EQUIPAMENTO – De acordo com o documento da SBP, as máscaras têm tamanho único para os indivíduos adultos, mas para as crianças e os adolescentes elas precisam ser adaptadas. Além disso, nesse momento, o ideal é que a população pediátrica fique em casa, uma vez que não é tão simples manter essa proteção por muitos minutos na face dos pequenos.
“Nas idas ao médico, ao supermercado e a outros locais onde há circulação de pessoas, é necessário o uso do acessório, com a ressalva de que ele deve ser usado com cuidado e sob a supervisão constante dos pais. É fundamental que a família explique, de acordo com a capacidade de entendimento da faixa etária do filho, que ele terá que usar o “o paninho” sobre a boca e o nariz até voltar para casa e que não poderá encostar na proteção”, pontuam os pediatras.
Os pais devem colocar a máscara na criança sempre com as mãos limpas, higienizadas e a retirada precisa ser feita pelas alças laterais ou laço posterior. A nota de alerta da SBP destaca ainda que a máscara não invalida a necessidade de cumprimento das regras de higiene e afastamento social.
FAIXAS ETÁRIAS – Crianças menores de dois anos de idade não devem usar máscaras, porque a salivação intensa, as vias aéreas de pequeno calibre e a imaturidade motora elevam o risco de sufocação. Entre os dois e cinco anos, existe necessidade de supervisão constante. Possivelmente, a criança se sentirá incomodada com a necessidade de ajustes frequentes por parte dos pais. O benefício poderá não compensar o risco e, por isso, é indicado avaliar individualmente a possibilidade do uso, conforme o grau de maturidade de cada criança.
De seis a dez anos, as mesmas recomendações realizadas para faixa etária dos pré-escolares devem ser mantidas para os escolares, acrescentando que, durante as atividades pedagógicas realizadas nas escolas ou outras instituições que exigem aproximação, como trabalhos em grupo, é indispensável o uso da proteção. Nesta idade, a criança já poderá auxiliar no procedimento de uso, sob monitoração.
Por volta dos 12 anos, já é possível compreender todas as instruções necessárias para o uso, retirada, higienização e descarte das máscaras. O indivíduo já tem maturidade, sendo inclusive indicado desenvolver a disciplina adequada para seguir os cuidados pessoais. Recomenda-se o uso de máscaras de proteção em todo o período que estiver fora de casa, respeitando o protocolo de higiene e de distanciamento social.
O texto da SBP esclarece ainda que crianças e adolescentes que apresentam atrasos no desenvolvimento e condições específicas, como Transtorno do Espectro Autista (TEA), deficiência intelectual, transtornos do comportamento, podem ter mais resistência ao uso da máscara. Nessas situações, cabe tentar um treinamento e avaliar a adesão, de acordo com a resposta individual.
RECOMENDAÇÕES GERAIS – Há ocasiões ou lugares onde as crianças ou adolescentes não precisam usar uma cobertura de tecido para o rosto, como em locais fora de casa (parques e pátios), desde que fiquem pelo menos a dois metros de distância de outras pessoas e evitem tocar nas superfícies. No entanto, ficar em casa mantendo o distanciamento social ainda é a melhor maneira de se proteger da COVID-19. Entre as recomendações gerais da SBP sobre o uso de máscaras por crianças e adolescentes, constam:
  • Adquirir máscaras de acordo com o tamanho do rosto da criança ou adolescente e certificar que está confortável;
  • Lavar com água e sabão abundantes e/ou deixar de molho em solução de água sanitária (1 colher de sopa para 500ml de água) por 30 minutos;
  • Após a secagem, passar ferro quente, de ambos os lados, armazenando em saco plástico limpo;
  • Lembrar que as crianças vão aprender mais facilmente com a repetição e com ensinamentos e exemplos fornecidos de forma alegre e natural. Tenha paciência para ensiná-las a usar as máscaras com carinho e responsabilidade;
  • Crianças podem se beneficiar do uso de uma máscara em ambientes em que encontrem outras pessoas a menos de 2 metros de distância (supermercados, farmácias, serviços médicos, ou qualquer ambiente fora de casa ou onde possa haver aglomeração de pessoas);
  • Caso a máscara caia no chão durante o uso, ela deverá ser substituída por outra limpa, imediatamente;
  • Ensinar as crianças a tossir e espirrar em um lenço de papel ou no braço e cotovelo, nunca nas mãos.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

PREVENÇÃO DE PARASITOSES INTESTINAIS

  A prevenção e o controle das verminoses podem ser feitos a partir da adoção de medidas simprles no cotidiano familiar e domiciliar, com o hábito de lavar as mãos frequentemente, higienizar adequadamente os alimentos antes do consumo e evitar andar descalço.
Embora sejam mais comuns em regiões carentes de saneamento básico, as parasitoses atingem todas as camadas socioeconômicas da população, em diversas faixas etárias. Portanto, a prevenção vale para todos!

- Saneamento básico:
      - tratamento e fornecimento de água potável;
      - eliminação de focos de contaminação( lixo e esgoto a céu aberto);
      - coleta de lixo
      - implantação de sistemas de tratamento de esgoto;
      - educação da população sobre prevenção.

- Higiene Pessoal:
      - Lavar bem as mãos, com água e sabão,antes das refeições e ao usar o banheiro;
      - manter as unhas aparadas e evitar colocar as mãos na boca;
      - tome banho diariamente;
      - lave bem as roupas íntimas e de cama;
      - ande sempre calçado, principalmente, nas áreas onde não há rede de esgoto;
      - evite brejos e água parada.

- Higiene Doméstica:
      - Manter a casa e o terreno em volta sempre limpos;
      - manter os cestos de lixo e a caixa d'água sempre bem fechados;
      - não deixe as crianças brincarem em terrenos baldios, com lixo ou água poluída;
      - evite animais dentro de casa. Quando os tiver, cuide da higiene deles.